sábado, 16 de julho de 2011

Morro Velho...


Filho do branco e do negro, caminhando juntos na estrada, caçando passarinhos, tomar banho de rio e correr no pasto.. orgulhosos e sem diferenças. E a noite um dia chega, não tem jeito, é para a capital que se vai para virar gente grande, e parte. Na estação as lágrimas e a promessa - amigo, não se esqueça, eu vou voltar...
Quando volta homem feito, traz no dedo o anel de doutor, na outra mão a alianã de ouro e a Dona Sinhá - hoje é ele quem na fazenda vai mandar.. e o velho amigo não brinca, mas trabalha na enxada, na plantação... traz na mão os calos dos anos, na testa o sal, o suor... na casinha herdada do pai falecido cinco filhos que crescem na mesma campina, mas sem os mesmos sonhos de antes, sem a promessa de que um dia a vida seria diferente... meninos sem escola ainda, sem outra perspectiva que trabalhar na fazenda e ser como o pai: trabalhador honesto com a vida vendida no armazém do Seu Honofre, administrador... Honorinho chegou! Honorinho chegou! Ele até tentou chegar à estação... que não mais havia, ele até tentou avistar o amigo... que não mais existia. Ficou para a noite a apresentação do novo Coronel...