terça-feira, 2 de outubro de 2012

Poemas amazonenses



POEMAS AMAZONENSES

I

Nesse amazonense dia
De transloucadas verderias
Saio pela cidade bailando
Balaio de redes e euforia

A noite na cidade copia
A bronze face  caboquinha
Bebo na praça o tacacá da Maria
Flaneur meu rumo é a esquina

No Bar do Largo São Sebastião
Os sinos da Matriz repicam o fumo
Continua  esse andar sem rumo
O tal Flaneur, a tal solidão...

Cerveja ardente gelada fria
Na mesa ela sente e pede um copo
Os sinos repicam a forma sombria
A noite escura sai de foco...

Nesse amazonense dia
Igual a qualquer canto do mundo
Ouço o canto de amor sem rumo
Sereia cabocla – Leva-me de magia...

Leva-me da rua imunda
Leva-me da boca surda
Leva-me de mim, tão sem rumo..
Leva-me a mim, as águas escuras....

II

No tabuleiro da cabocla tem...
Na cuia do tacacá tem...
No tambaqui nosso de cada dia tem
Na banana frita da estação tem
No pirarucu de casaca tem
No pato com tucupi tem..

Esse gostinho bom de beijo
Café com tapioca
na manhã...




III

Roda de amigos
No Largo São Sebastião
Quem é de fora, quem é de dentro?
A cidade nos torna.


IV

Nem só de comida vida essa cidade
Nem só de Boi vive o cultural
Eu ouço rock and roll todos os dias


V

Na floresta o verso se inscreve
Entre os vermes verdes
A vida escreve suas vestes...
Nem só de comida vive a rua
Nem só boi dança a menina
Eu na floresta me inscrevo inteiro
E na rua enveredo-me poeta.





Nenhum comentário:

Postar um comentário